terça-feira, 2 de junho de 2020

Esmeraldas de portas abertas para a Covid-19

Em meio a uma pandemia, que vem matando mais pessoas a cada dia em nosso país e que agora chega com maior intensidade na Região Metropolitana de BH, Esmeraldas é como um navio à deriva em meio a uma tempestade. Não sabemos aonde estamos, para onde os ventos nos levam e o capitão aparentemente já pulou do barco faz algum tempo. Para piorar, o resgate que poderia chegar da esfera federal não existe. O número de testes feitos no Brasil é ridículo, incapaz de nos dizer quando, onde e quais medidas devem ser tomadas nesse momento. Em Esmeraldas os números quase nada dizem. Para piorar um pouco as coisas, temos um lunático genocida no comando da nação e um empresário acovardado no comando do estado. Mas por qual motivo digo essas coisas? Basta olharmos para os números que nos chegam todos os dias através da página oficial da prefeitura de Esmeraldas. Ontem, o informe epidemiológico da prefeitura dava conta de que havia no município cerca de 481 casos notificados (suspeitos) da doença. Esse número reflete o de pessoas que possuem sintomas e que avisaram de alguma forma as autoridades. Contudo, nos últimos dois meses foram realizados apenas 83 testes, ou seja, pouco mais de um sexto das notificações têm resultado. Há um mês, no dia 25 de abril, o boletim informava 293 notificados e apenas 38 resultados de exame, sendo que havia apenas quatro casos aguardando resultado. Há dois meses, o boletim trazia 62 notificações sem nenhum resultado confirmado ou descartado. É muito pouco para mais de dois meses da doença nos rondando. Basta dizer que em Ribeirão das Neves, nossa vizinha, já são 2223 casos em acompanhamento, 429 descartados, 48 confirmados e um óbito também confirmado. Não à toa, dos seis casos confirmados em Esmeraldas cinco estão na região de Santa Cecília. A doença está ultrapassando os limites entre os dois municípios, mas nós não sabemos em qual medida, pois os números nos revelam muito pouco. A situação é grave e nós estamos no escuro.

O novo fascismo à brasileira

Não adianta os bolsonaristas ficarem incomodados em serem chamados de fascistas, é o que eles são. Mas essa já não é uma questão conceitual. Não adianta buscar no dicionário, livros ou no Google o significado do termo. Se tornou uma questão de reciprocidade. Se o lado de cá, de quem é contra o militarismo, a antidemocracia, a exaltação ao "líder", o corporativismo, a ignorância e a opressão, é todo formado por comunistas, o lado de lá, que se vê representado por tudo isso, é fascista sim. Mas vale lembrar que até o fascismo, de Mussolini, Franco e Hitler, tinha uma essência nacionalista, coisa que o fascismo bolsonarista não possui. Entregar empresas brasileiras, como a Embraer, aos americanos, deixar que eles se instalem em território nacional, como em Alcântara, bater continência para a bandeira dos Estados Unidos e ficar declarando amor ao presidente deles, é uma subserviência que não se encontra na história desses líderes, por piores que eles fossem. Bolsonaro é um homem pequeno, que não está à altura do cargo sequer de deputado, quanto mais de presidente. Porém, ele representa pessoas do seu tamanho, que politicamente não refletem nada além de um acidente histórico. Os "fascistinhas".